amar Portugal durante um mês
Julgo que é possível compreender este fenómeno de "nacionalismo futebolístico". Compreender, não implica concordar.
Numa análise crua ao nosso país e à sua história, podemos facilmente constatar que actualmente existe uma crise grave nos valores pessoais, onde se inclui a "pátria". Será que amamos menos Portugal do que amaram os nossos antepassados à uns séculos atrás? Quero acreditar que não.
No entanto, é inegável que não existem actualmente simbolos de orgulho nacional. O facto de as pessoas lerem o jornal e apreciarem títulos como "..estudo em Bruxelas revela que Portugal está na cauda dos 25.." ou algo do género "..Banco Europeu considera optimistas as previsões do governo português..", dá-nos a sensação que "lá fora" não dão muito crédito ao nosso país.
Há pior sensação que esta?
Se juntarmos a isto uma atmosfera de "deixa andar e amanhã logo se vê" que se sente à nossa volta, as coisas não melhoram.
Tempos houve, em que as conquistas de Portugal enchiam o nosso povo de orgulho. É impossível não ficar orgulhoso de saber que os Catalães nos admiram por termos tido a força de ter a nossa independência face a Castela. É impossível passar despercebido o facto de termos sido tecnológicamente e cientificamente avançadíssimos face a uma Europa ávida, como o fomos durante os Descobrimentos. Temos de nos sentir especiais quando em pleno século XX, fomos capazes de nos "poupar" a uma guerra que mudou a face do mundo. Pessoalmente (visto tratar-se da minha área de estudo, a engenharia civil) impressionou-me e senti um enorme orgulho em saber que não à muito tempo estivemos na vanguarda mundial de construção de barragens. Pegando em poucos exemplos é possível ver algo em que fomos "os melhores". Um país respeitado é um país amado pelos seus cidadãos.
E hoje?
Não estamos em tempos de conquistas bélica, nem de descobrimentos marítimos. Já não temos um Luis Vaz de Camões nem um Fernando Pessoa. Onde é que as pessoas vão buscar agora o seu orgulho nacional?
Antes de compreender, um pequeno desvio. O futebol. Esse fenómeno do século XX, que em pouco mais de 100 anos se tornou simplesmente em "desporto-rei". Mas desporto é desporto e essa alcunha não passa de um gosto colectivo (no qual me incluo).
Orgulho nacional e futebol. Que ligação? Quando o "rei" do desporto é transformado em "rei" da sociedade, tende a confundir-se as conquistas desportivas, com as conquistas da nação. Cria-se um "amor à Pátria" desmesurado (na minha opinião, explorado a nível comercial).
Durante um mês as pessoas lembram-se de Portugal. Amam-no, estimam-no, sentem-se parte dum mesmo destino. Será que há falta de "mundiais" ou simplesmente falta darmos uns aos outros as razões reais para nos sentirmos orgulhosos da nossa Pátria?
Numa análise crua ao nosso país e à sua história, podemos facilmente constatar que actualmente existe uma crise grave nos valores pessoais, onde se inclui a "pátria". Será que amamos menos Portugal do que amaram os nossos antepassados à uns séculos atrás? Quero acreditar que não.
No entanto, é inegável que não existem actualmente simbolos de orgulho nacional. O facto de as pessoas lerem o jornal e apreciarem títulos como "..estudo em Bruxelas revela que Portugal está na cauda dos 25.." ou algo do género "..Banco Europeu considera optimistas as previsões do governo português..", dá-nos a sensação que "lá fora" não dão muito crédito ao nosso país.
Há pior sensação que esta?
Se juntarmos a isto uma atmosfera de "deixa andar e amanhã logo se vê" que se sente à nossa volta, as coisas não melhoram.
Tempos houve, em que as conquistas de Portugal enchiam o nosso povo de orgulho. É impossível não ficar orgulhoso de saber que os Catalães nos admiram por termos tido a força de ter a nossa independência face a Castela. É impossível passar despercebido o facto de termos sido tecnológicamente e cientificamente avançadíssimos face a uma Europa ávida, como o fomos durante os Descobrimentos. Temos de nos sentir especiais quando em pleno século XX, fomos capazes de nos "poupar" a uma guerra que mudou a face do mundo. Pessoalmente (visto tratar-se da minha área de estudo, a engenharia civil) impressionou-me e senti um enorme orgulho em saber que não à muito tempo estivemos na vanguarda mundial de construção de barragens. Pegando em poucos exemplos é possível ver algo em que fomos "os melhores". Um país respeitado é um país amado pelos seus cidadãos.
E hoje?
Não estamos em tempos de conquistas bélica, nem de descobrimentos marítimos. Já não temos um Luis Vaz de Camões nem um Fernando Pessoa. Onde é que as pessoas vão buscar agora o seu orgulho nacional?
Antes de compreender, um pequeno desvio. O futebol. Esse fenómeno do século XX, que em pouco mais de 100 anos se tornou simplesmente em "desporto-rei". Mas desporto é desporto e essa alcunha não passa de um gosto colectivo (no qual me incluo).
Orgulho nacional e futebol. Que ligação? Quando o "rei" do desporto é transformado em "rei" da sociedade, tende a confundir-se as conquistas desportivas, com as conquistas da nação. Cria-se um "amor à Pátria" desmesurado (na minha opinião, explorado a nível comercial).
Durante um mês as pessoas lembram-se de Portugal. Amam-no, estimam-no, sentem-se parte dum mesmo destino. Será que há falta de "mundiais" ou simplesmente falta darmos uns aos outros as razões reais para nos sentirmos orgulhosos da nossa Pátria?
1 Comments:
Obrigada por teres ouvido as minhas palavras.. Parabéns! Haja alguém que consegue "decifrar" este mistério, sem elitismos, e com grande objectividade! Boa visão! Continua a escrever assim..
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